quinta-feira, 20 de maio de 2010


Brazuca é a vovozinha


Que decepção. Abro a revista, folheio-a rapidamente e logo descubro: o presunçoso ainda está lá. E, ao contrário de nutridas expectativas, escrevendo mais do que nunca. Parece que o sujeito se cansou da função "menor" de destruidor de textos alheios. Agora, ele quer provar que escreve. Ah, tá. Uma habilidade eu descobri que esse senhor tem : distribuir ao longo das próprias matérias metáforas rotas e gírias do tempo da minha avó . Não há um texto seu que não tenha -- sintam o odor da naftalina -- termos como brazuca, galera, tostão.


Acabo de fazer um adendo via Facebook:

Não tenho certeza, mas o imagino beirando os 70 anos. Seria o caso de alguém aconselhar: Deu ! Sua missão já foi cumprida. Pegue sua senhora e vá dar uma volta pelo mundo. A humanidade (ou parte importante dela) exultaria .



quarta-feira, 19 de maio de 2010


Inventário de erros


Em algumas situações, na tentativa de ser verdadeira, correta, enfim, acabo falando demais. Contei à minha analista das revelações que fiz a uma pessoa que eu acabara de conhecer. Quis que a pessoa em questão soubesse de alguns erros que cometi no passado. Erros que a maioria dos mortais nem reputaria como graves, mas que, em resumo, poderiam apontar para uma tendência minha a ser volúvel.

Sabedora de que eu estava emocionalmente muito envolvida, minha analista mandou, peremptória : você se boicota, Adriana !!. Devo ter levado menos de um minuto para concordar com ela.

A mensagem, conforme a processei, é que ser verdadeiro com as pessoas jamais implicará dar a elas um inventário de todos os erros que cometemos antes de conhecê-las. O que importa é o que vem pela frente. Nossas atitudes, na convivência com o outro, dirão o que precisa ser dito.




terça-feira, 18 de maio de 2010



De depoimentos improváveis

Ou dos milagres perpetrados pelas assessorias de imprensa


Você conhece o parco repertório vocabular de certa pessoa. "Imagéticas", decidamente, é uma palavra que não poderia ter saído daquela cabecinha.


Imagine alguém envolvido profissionalmente com cultura admitir a um jornalista (por ético que se saiba que ele é) que "não entende uma só frase do que Clarice Lispector escreveu". Pois foi a essa mesma pessoa que, dias atrás, atribuíram o uso do termo "imagéticas", em matéria publicada em veículo da grande imprensa.


Sobre a assumida ignorância em relação à literatura de Clarice, contei o fato à minha analista e ambas rimos muito. É, sessões de análise têm ao menos esse efeito imediato : servem para desopilar .