sábado, 19 de junho de 2010

Às favas o politicamente correto
Ou sobre coragem para sustentar opiniões


"Não sei viver sem objetos de ódio...É importante ter inimigos" . (Contardo Calligaris, humano, demasiado humano, no programa Espelho, no Canal Brasil) .

Essa fala do Calligaris, que publiquei no Twitter, dias atrás, rendeu interessante discussão no Facebook -- e vem de encontro ao que escrevi no post anterior.


Dei prosseguimento ao assunto por mesmo:


Deveras corajoso assumir em público uma tal disposição. Já o tinha visto fazer afirmação semelhante em outras ocasiões.

Eu, de meu lado, costumo dizer que, embora não nutra ódios, tenho, certamente, meus desafetos. Quem não os tem, que lance uma primeira pedra.


E depois:


É fato (...), alimentar ódio é conceder espaço ao que deveria ir para o limbo. A meu ver, esse é o desafio maior: na inevitabilidade de coexistir com desafetos, não permitir que eles adquiram importância, a ponto de influírem em nossos pensamentos e condutas. O desafio, diga-se, é permanente. Porque sempre haverá entre os desafetos aqueles dados a procedimentos traiçoeiros, indefensáveis. O que me tira do sério mesmo é quando um inimigo declarado se imiscui no meio de pessoas de quem gosto, fazendo intrigas e torcendo pela discórdia. Aí (...), haja capacidade cristã ou serenidade zen para suplantar tamanho desafio.


Arrematei, após outro feedback:

(...) Um dos motivos pelos quais admiro o Contardo é a sua coragem para fazer afirmações entre "antipáticas" e desconcertantes, como essa que citei no Twitter. O Lázaro Ramos (apresentador do 'Espelho'), embora aparentemente surpreso, caiu na gargalhada.